Eu, o tempo e eles.
- Greice Reis. Texto, foto
- Mar 8, 2017
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Dia desses me peguei calma a contemplar um céu azul anil e sentir o cheiro das plantas que fazem sombra à janela da sala. Senti aquele ar todo, respirando em ritmo certo, sentindo aquela brisa, por minutos eu estava ali, parada a contemplar e só! O sentimento era de tranqüilidade plena e valeu por um deitar a cabeça tranqüila no travesseiro, só que agora eu deitava mesmo era nas nuvens. Dentro daquele espaço coube bem ao leve um questionamento! A quanto tempo eu não sentia isto tudo?! Ou melhor, o que fiz para merecer isto?! Será que ando acertando?... A tempos eu não sei ser una com minhas vontades, a tempos eu não me permito, não ganho nada, não levo, não aceito, rejeito! Mas agora é outro tempo pensei eu, agora é tempo de colher! Minutos depois disto lá estavam os três, Kal, flor e lua em resmungos sincronizados, Um coro de choro. Desci do cavalo, DECIDO descer... Acalento, colo, tensão, exaurida, mas deu certo... Coloco uma musica alta, daquelas que são puro riso frouxo que ecoa pela casa inteira, e ela ri por inteira... Agora rimos juntos, mãos dadas, pés saltitantes Reconheço a falta de merecimento, passo acreditar na falta de controle e só assim sinto que posso tudo, posso tanto! Boquiaberta vejo a verdade passar, esta que me mostra a cada novo segundo e diz do poder que existe na falta de querer apoderar-se, no deixar-se solto, a tarefa é equilibrar-se na corda mesma que surge diante dos pés enquanto ando... Não demorei a retornar a janela, não foi por merecer, foi um querer, um permitir-se.. Da janela em diante já foram tantos PERMITIMENTOS, cálculo que hoje permito muito mais a mim e a eles, filhos queridos, atentos e sedentos por liberdade. Dos meus olhos ontem aprenderam o medo, o limite, a vergonha, a necessidade, dependência... Dos meus passos hoje reafirmam suas certezas certeiras, no livre andar, no salto do sofá ao chão, no correr e tropeçar, cair, levantar, andar até a janela...
Entre pausas, respeito o tempo, que é de todos e não tem dono Entre pausas existem janelas, céu azul e brisa...
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