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Salvem as baleias! E eu com o lixo?


SALVEM AS BALEIAS, é expressão das antigas, e vem do tempo em que as baleias sofriam grande ameaça de extinção. Tempo em que sua caça e comercialização eram permitidas para multiplos fins. Como a utilização do óleo de baleia que  servia como combustível para iluminação de casas, engenhos e fortalezas. Foi só em 1859, com a descoberta do petróleo, no estado de Pensilvânia, EUA, que o óleo de baleia, para uso de combustível, foi substituído. Ainda assim, mesmo depois da descoberta, no Brasil a caça às baleias só teve fim em 1986, por força de lei, a partir de um decreto que proibiu a prática.


Triste ironia 


Pode-se dizer que de certo modo, a descoberta do PETRÓLEO, ajudou na missão de salvar as baleias.

Acontece que, hoje, mora nessa informação uma enfadonha e triste ironia!

O petróleo que passou a substituir o óleo de baleia usado para iluminação das cidades, é o mesmo petróleo utilizado para fabricação de PLÁSTICO e suas muitas variações; sacolas plásticas, saquinhos de hortifruti, canudinhos e copos descartáveis.


Anos e anos após sua descoberta, passamos a colocar novamente os animais marinhos, entre eles baleias, em ameaça de extinção! E dessa vez justamente com material proveniente de que? isso mesmo! Do petróleo, que é altamente poluente e tóxico.

Existe hoje, cerca de 8 milhões de toneladas de plástico nos oceanos, sendo que, 80% de todo o lixo no oceano é proveniente da terra.

Levado por correntes de ar, tufões e correntezas, o lixo permeia pelos oceanos indiscriminadamente. Fazendo o problema do lixo um problema global, sem fronteiras.


Estudiosos, Biologos e cientistas, a anos nos alertam sobre o problema dos lixos no oceano, apontando o volume, e os possíveis riscos deste fato.


Em 2015, a ONU MEIO AMBIENTE, lançou a campanha MARES LIMPOS. A campanha faz parte de uma das metas da organização das nações unidas, de proteger e usar sustentavelmente os oceanos. Participam da campanha cerca de 30 países, comprometidos em mudar a maré dos plásticos. O Brasil entrou definitivamente para a lista em 2017.


A problemática da poluição no oceano trouxe novamente o SALVE AS BALEIAS! As baleias estão novamente em ameaça de extinção, decorrente da ingestão de plástico, o que leva a morte de muitos animais marinhos.

No documentário “OCEANO DE PLÁSTICO”, podemos ver a triste cena de uma baleia, que apesar dos esforços de profissionais, não conseguiu sobreviver devido à ingestão de uma grande quantidade de lixo plastico.

Durante o documentário, Biólogos e exploradores percorrem o globo mostrando os impactos reais do plástico, que atinge espécies marinhas, aves e humanos que vivem em comunidades subdesenvolvidas.

Independentemente de sua ação nociva, o plástico continua sendo produzido e descartado em grandessíssima escala.  

Estima-se que,  só este ano de (2018), a produção de plastico deva ultrapassar a marca de 300 milhões de toneladas.  De todo este plástico produzido, após o descarte, apenas 7% é reciclado.


A reciclagem depende; da seleção por parte dos consumidores, da coleta por parte das autoridades e do interesse de mercado. Plásticos mais duráveis têm maiores chances de reciclagem, e são de maior interesse do mercado. Já, plásticos mais finos, são de valor mínimo, e normalmente vão parar em aterros ou lixões e por consequência, no oceano. 


No oceano, sacolas e saquinhos são facilmente confundidos com algas, e águas vivas. Muitos animais acabam se alimentando desse lixo.

Os plásticos maiores, com o passar do tempo e as condições marítimas, se desintegram e viram partículas de microplástico, formando uma nuvem de plástico, quase imperceptível e facilmente ingerida pelos peixes.


Segundo especialistas, essas partículas de plástico, absorvem toxinas contidas no oceano, provenientes da indústria. O microplástico,  juntamente com as toxinas, formam pílulas venenosas, que ao serem ingeridas penetram nos músculos e gorduras dos peixes, e nós humanos acabamos nos alimentando de peixes contaminados.



O problema gerado pela quantidade de lixo é um problema de todos. 

   Aqui entra a maxima "o que os olhos não veem, o coração não sente"

Estamos pouco ou nada acostumados a ter responsabilidade pelo o lixo que compramos ou produzimos. A gente joga tudo na lixeira com a ideia de que o nosso problema com aquele material acaba ali. Mas as consequências deste ato impensado são gigantes e perigosas para todo o ecossistema.


Felizmente, existem ações coletivas e governamentais que visam disseminar maior informação a respeito de uma educação ambiental, e realizar práticas de ação, como mutirões de limpeza das praias e dos mares.

Também existem vários projetos de leis que pretendem abolir o uso de sacolas plásticas, canudos e copos descartáveis.


Enquanto a lei não vigora, pessoas que entendem dos danos causados pela produção, e o descarte massivo de plásticos, aderem  filosofias de vida ligadas ao conceito de ZERO WASTE (lixo zero), filosofia que visa diminuir a produção de lixo ao máximo possível!


Surge, cada dia mais, um grande número de pessoas mais conscientes, que buscam informação e estão substituindo copos, canudos e sacolas plásticas do supermercado por objetos retornáveis, que possam ser reusados e não descartados.


Estas pessoas estão na contramão de todo um sistema de produção capitalista, sistema este que , em sua maioria, não demonstra mudança quanto aos seus meios de produção e a quantidade absurda de plástico (lixo) que produzem diariamente. Tão pouco assumem a responsabilidade sobre a garantia de reciclagem das suas embalagens produzidas em quantidades exageradas.


Quem faz parte da galera consciente, luta diariamente para não produzir tanto lixo. Pode parecer fácil, mas nem sempre o ato de pegar sua sacola retornável e ir ao supermercado, é garantia de que vá conseguir efetivamente diminuir o uso das sacolas plásticas.


Recentemente o jornal Gaúcha ZH trouxe a público o descontentamento de consumidores, frente a decisão de alguns supermercados das redes ZAFFARI,  sediados em Porto Alegre RS, de tornar obrigatório o uso de saquinhos plásticos no hortifruti.


Infelizmente existem outros estabelecimentos que demonstram resistência a essa nova forma de consumir, sem utilizar sacolas e saquinhos plásticos fornecidos.


Entrevistamos algumas pessoas que estão buscando atitudes mais sustentáveis. Que se preocupam com o meio ambiente e as possíveis consequências disso.


Perguntamos aos entrevistados como foram suas experiências, na tentativa de não aceitar sacolas e saquinhos oferecidos pelos estabelecimentos comerciais.


Thais Rohde,  21 anos, estudante do curso de Comércio Exterior pela Faculdade Federal do Rio Grande, não teve uma boa Experiência ao tentar comprar frutas sem fazer uso dos saquinhos.


“Acredito que o uso é exagerado e indevido, acarretando em problemas ambientais, não só a nível regional mas também nacional e até mundial” . Diz Thais quanto as suas motivações para mudar seus habitos de consumo.


Ela Relata sua experiência

“ Fui pesar os alimentos SEM SACO PLÁSTICO e a atendente automaticamente tira um do seu balcão e os coloca dentro do saco. Pedi pra que não colocasse, pois eu já tinha muitos e não queria gastar mais. Me foi dito que não podia (ordens da gerência) o máximo que dava pra fazer era colocar dois ou três alimentos diferentes no mesmo saco. Já é alguma coisa, mas ainda penso que o gasto é desnecessário. Isso ocorreu mais de uma vez. Este mercado é o único maior da cidade, então com frequência vou lá. Isso ocorreu no supermercado Milano na cidade de Santa Vitória do Palmar.”


Em Porto Alegre, no Bairro Rubem Berta, Fernando Borges, 30 anos, servidor Público

Passou também por situação semelhante.


“Pesei direto o alimento, e o rapaz não deixou colocar a fruta sem plástico,para colocar o código teve que pegar um saco, Fiquei pensativo, pois não era uma consciência da instituição”


Renata Ilha, 44 anos, Terapeuta Holística, falou sobre sua experiência no municipio de Tramandai onde residia na epóca.


“Aqui em Tramandaí passei por isso no mercado RISSUL. Para pesar coisas que são realmente dispensáveis os sacos (um mamão, um melão, um abacate ou mesmo um cacho de bananas) eles sempre colocam o saco. Procurei quem seria a gerência mas nunca esteve disponível”


Ao perguntarmos a  Renata o que motiva sua mudança de hábito enquanto consumidora ela diz...


“ Evito o uso de sacos plásticos e embalagens desnecessárias por causa da consciência de consumir somente o que for importante. Pegar a embalagem que vai pro lixo é um ato de consumir algo sem importância alguma pq já vem com esse destino, lixo. Além disso é um lixo que trará muitos prejuízos ao meio ambiente.”


Mas Felizmente temos um exemplo de boas experiências, o que significa que de alguma forma, as informações de educação ambiental e desenvolvimento sustentáveis estão sendo assimiladas aos poucos.


Muriel Marques Lima, 33 anos, estudante de relações públicas, relatou que obteve uma boa experiência ao negar o uso das sacolas plásticas no Supermercado Bretas no bairro São Jorge, Uberlândia- MG


“Ao passar no caixa do supermercado a moça já foi pegando sacolas e eu disse que já estava com a minha e ela disse: "Que gracinha! Vc traz sua própria sacola! Se todos fizessem assim seria melhor. Fiquei feliz por estar plantando uma sementinha.”


 Josy Antunes, 27 anos, produtora audiovisual, residente do Bairro das Laranjeiras, na cidade do Rio de Janiero RJ, diz sentir-se um pouco desanimada com a falta de informação, o que dificulta a prática de novos hábitos por parte dos comerciantes.


“Para compras de frutas e vegetais não costumo ter problemas para comprar sem plástico, tanto em feiras quanto em mercados.

Mas para compra de pão, por exemplo, raramente é fácil. Geralmente os atendentes acham engraçado, dão uma risada meio debochada... 

É muito difícil encontrar atendentes que sejam abertos a ideia de não usar plástico, fico sempre pensando no quanto falta uma conscientização em relação a isso.  Fico triste, muitas vezes deixo de comprar itens e vez ou outra me pergunto se estou doida, pq não vejo mais ninguém tendo essa preocupação.

Me sinto desanimada, nadando contra a maré, mas não pretendo desistir, pois acredito na importância do pouco que cada pessoa faz.”


Esta sensação que Josy Sente, é ainda, sentida por todos que iniciam uma jornada de novas práticas, e de quebra de paradigmas.

Prezamos tanto por inovação, mas não nos mostramos abertos e conscientes a uma educação ambiental, a uma nova forma de consumir que implique mais consciência e responsabilidade com aquilo que produzimos e consumimos.

Mas a tendência é um número cada vez maior de adeptos de uma filosofia de vida mais saudável e sustentável.


Este rolê já vem sendo previsto a um tempo, e hoje já não existem muitas pessoas que possam dizer, que nunca ouviram a respeito de sustentabilidade.


Ainda que os tempos sinalizem uma imensa conta a ser paga ao ecossistema, a natureza e as sociedades humanas, que sofrem diretamente as consequências de um mal consumo, ainda á tempo de amenizar esta conta, de diminuir nossa imensa pegada ecológica, que ao longe tem uma gigantesca forma de um único pé esmagador, mas se olhada de perto, veremos suas partículas dividas em países, estados, cidades, bairros e indivíduos.


 Está em nossas mãos garantir a boa estrada de uma vida melhor, saudável e feliz, a nós e a tod@as @s que estão por vir.




Por fim, SALVEM AS BALEIAS, grito vivificado novamente para que repensemos nossa forma de viver no planeta...
















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