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O Ato de Vestir-se


Do ato de vestir-se

Assim que abriu os olhos, sentiu que tratava-se de mais uma manhã

Costuma Vestir-se de um conforto tal para dormir que mais parece despir-se

Mas é dia, a convenção pede que vista-se de algo

E assim se pôs Nua em frente ao grande espelho

A imagem refletida é sempre o fiel Reflexo de seu observador

No espelho se reflete um complexo de tanto, mas no fim

Vemos o que é

É preciso vestir-se de algum algo.

Vestir-se tem aquela força oculta, literalmente entre linhas e linhos de nos fazer abrir a boca, muito embora nem tenhamos tempo de pôr para fora um suspiro sequer

Uma breve análise do ato e já teremos uma linha do tempo ilustrada

Dos adornos ate as peças mais utilitárias a roupa que nos veste, se não diz diretamente sobre nós, diz sobre o tempo, sobre arte, sobre o que está!

se ainda assim disser qualquer outro algo existe, sempre existira um algo mais relevante: Ela diz!

No passado dizia linhagem, hierarquia, status social

Não escapou a prática de vestir-se um dizer das coisas implícitas

Mas não estamos no passado

O que importa é que hoje

eu visto-me, Tu veste-te, ele veste-se, elas vestem-se

Vestir-se configura ato civico, vaidade, prazer, necessidade ou pura mania de nao estar nu

Verdade é que há quem se vista tão de si mesmo, que poderia despir-se e talvez não causasse maiores espantos

Estar Nu para mundo tem seu valor, mas só quando se quer

E para isso a roupa serve

Ser eu como sou, eu como fui, ou aquele maravilhoso eu que gostaria de ser

Por HOJE visto-me de tanto, o tempo todo

Não raro o ato de vestir-se é palco para análises e dissertações

Arte, banalidade, conduta social

O que importa é que vestir é extensão, não do corpo que se veste, mas dos quereres daquele que o veste, seja o próprio corpo, a casa, as palavras

Ja notou como os poetas brincam com o vestir?

O céu veste-se de azul, Lona de circo

Tem noites que prefere vestir-se de estrelas

Já eu, Hoje prefiro vestir-me de mim mesma

Mas quando canso, invento logo uma outra

Porque embora eu possa livremente mostrar-me no que visto

Igualmente livre sou para o contrário

Nem corpo, nem roupa limita meu ser

Que é eternamente cíclico

E este sempre anda nu e descalço

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