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Mulheres e livros, um amor proibido

  • Greice Reis. Texto
  • Dec 17, 2017
  • 4 min read

Desde criança conheço os prazeres que uma boa Leitura proporciona. Letras que se combinam, se esvaem e formam poemas liricos ou realistas, com ou sem sentido para uns e outros.

Tardes na biblioteca, noites com a luz do quarto acessa, domingos de sol escaldante queimando a cuca e eu jogada no chão dos fundos do pátio da minha vó lendo meus amores, minhas outras vidas. Dizer que ler é voar e poder ser tanto em tantos lugares é um chavão. Mas é a pura verdade, calculo simples como a soma das letras que compõem sílabas que por sua vez compõem palavras. Fato é que ler é vida! E não só abre a mente como faz brotar dela asas gigantes e coloridas!

Quando lemos descobrimos mundos, reafirmamos outros, ousamos estar fora do lugar. Se transportar quando se le é outro clichê dos bons. Que o digam as nobres donzelas que se deleitavam com romances secretos do papel, que encontravam no conto o amor efervescente que lhes faltava ao lado, mas que sobrava transbordante nas páginas e nas veias…

Talvez este transbordamento enfadonho fosse um dos motivos da censura aos livros e a mulheres que ousavam ler.

Livros eram perigosos, sobretudo nas mãos de uma mulher.

Mulheres mortas por ler, por saber, por mostrar que sabe ler, que sabe saber!

Não estamos contando algo novo quando falamos quanto o machismo matou, o quanto a história tem para contar de triste sobre a vida de tantas de nós.

Entre todo este mar de lama que se apresenta diante de nós quanto ao que fomos submetidas enquanto mulheres no passar dos anos de vida existente nesta terra, existe algo claro, uma mensagem ressonante!

Poder e medo! O poder que mulheres in natura, imbuídas de seu gigante potencial para amar, criar, mentalizar, curar, transformar E RESISTIR tem. E o enorme medo que os homens tem de tudo isso.

Mulheres e conhecimento, mulheres e livros sempre foram uma ameaça ao patriarcado machista.

Um amor proibido.

Felizmente hoje Ler é direito de todos (loucura imaginar que já não o foi).

E este post é um convite a TODAS a encontrar na leitura um meio de desenvolver nossa intuição, aumentar nossos conhecimentos, nos resgatarmos nas palavras de outras mulheres.

Ler é um ato revolucionário e libertador.

Mulheres e livros são elementos que crescem juntos e existe muito poder nisso.

Pensando nisso trago aqui referências de leituras cheias de poder e conhecimento, vamos a elas:

1. ​Outros jeitos de usar a boca é um livro de poemas sobre a sobrevivência. Sobre a experiência de violência, o abuso, o amor, a perda e a feminilidade. O volume é dividido em quatro partes, e cada uma delas serve a um propósito diferente. Lida com um tipo diferente de dor. Cura uma mágoa diferente. Outros jeitos de usar a boca transporta o leitor por uma jornada pelos momentos mais amargos da vida e encontra uma maneira de tirar delicadeza deles. Publicado inicialmente de forma independente por Rupi Kaur, poeta, artista plástica e performer canadense nascida na Índia - e que também assina as ilustrações presentes neste volume. (Sinopse da Livraria Cultura)

2. A Filha perdida, Helena Ferrante Um livro realmente desconcertante no sentido de conter verdades acerca de assuntos da maternidade que muitas vezes não ousamos dizer a nós mesmas. Durante a trama ela traz uma introspecção da personagem principal que assusta por tamanha sinceridade e mais ainda identificação com uma realidade maternal não dita, e até escondida. Vejo como um livro empoderador ao passo que acaba desromantizando a maternidade e libertando através de sua verdade nua as mulheres que carregam culpas por pensarem o que pensam. Olivro traz a senssação de que não estamos sós.

3. Papel de parede Amarelo, é uma narração em primeira pessoa de uma mulher, escritora que viveu nos tempos onde mulheres eram diagnosticadas com Histeria. Ela vive na trama um puerpério e uma aparente depressão pós parto e é diagnostica pelo esposo com a doença feminina e levada ao isolamento em uma casa de campo. Passa seus dias e escrever às escondidas e “Delirar” diante do papel de parede amarelo. Problemáticas concernentes a infantilização e submissão feminina e cultura machista são notórias.Considerado um clássico livro Feminista já teve adaptações ao cinema e era considerado um conto de terror.

4. O Mito da Beleza Em 'O mito da beleza', Naomi Wolf enfrenta o que ela acredita ser a única trincheira ainda por derrubar para que a mulher possa obter sua igualdade em todos os campos. Para mostrar como a indústria da beleza e o culto à bela fêmea manipulam imagens que minam a resistência psicológica e material femininas, reduzindo as conquistas de 20 anos de lutas a meras ilusões, Naomi escreveu um livro com dados estatísticos. ( Sinopse Livraria Cultura)

5. Mulheres que correm com os Lobos Os lobos foram pintados com um pincel negro nos contos de fada e até hoje assustam meninas indefesas. Mas nem sempre eles foram vistos como criaturas terríveis e violentas. Na Grécia antiga e em Roma, o animal era o consorte de Artemis, a caçadora, e carinhosamente amamentava os heróis. A analista junguiana Clarissa Pinkola Estés acredita que na nossa sociedade as mulheres vêm sendo tratadas de uma forma

semelhante. Ao investigar o esmagamento da natureza instintiva feminina, Clarissa descobriu a chave da sensação de impotência da mulher moderna. . (Sinopse, Saraiva)

6. Sejamos todos Feministas O que significa ser feminista no século XXI? Por que o feminismo é essencial para libertar homens e mulheres? Eis as questões que estão no cerne de Sejamos todos feministas, ensaio da premiada autora de Americanah e Meio sol amarelo. 'A questão de gênero é importante em qualquer canto do mundo. É importante que comecemos a planejar e sonhar um mundo diferente. Um mundo mais justo. Um mundo de homens mais felizes e mulheres mais felizes, mais autênticos consigo mesmos. (Sinopse, Saraiva)

A literatura tem o poder de resgatar, reunir, transportar, ensinar, curar, movimentar e revolucionar! Dentre tantos poderes acreditamos que um dos maiores é o Grito contido na palavra não calada. Por isso ler é escuta, entrega, deixar falar e PODER.

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